Na primeira parte do livro, Campanella faz a descrição da Cidade do Sol – sua utopia, escrita 100 anos depois de Thomas More – através de diálogo entre um Grão-Mestre da Ordem dos Hospitalários e um almirante genovês. Na segunda, defende as principais características utópicas da Ótima República, isto é, da cidade-estado que concebeu. O texto apresenta uma ideia de sociedade ideal, um Estado perfeito liderado por um príncipe-sacerdote chamado de Sol que era auxiliado por Pon, Sin e Mor, que são a Potência, a Sapiência e o Amor. Era uma cidade onde tudo estava detalhadamente organizado e os moradores utilizavam a razão para organizar suas vidas.
Uma obra magnífica que atravessa os séculos é tão eloquente e atual que em diversos momentos o leitor se pergunta se o livro não fora escrito por esses dias!
Tommaso Campanella nasceu em Stilo, no dia 5 de Setembro de 1568. Ainda muito jovem, já se revelava em seu espírito o pendor para a filosofia. Seu pai, contrariando-lhe a vocação, quis fazer dele um jurista, ao que Campanella se opôs tenazmente. Sua primeira obra foi a Philosophia Sensibus Demonstrata, que lhe valeu a acusação de heresia. Tendo deixado o convento em que iniciara os estudos, empreendeu uma viagem pela Itália, através da qual ficou conhecendo os homens mais ilustres do seu tempo.