Os livros e o futebol encantaram a infância de Raul Drewnick. Tão forte foi esse fascínio que, se lhe perguntavam oque gostaria de ser quando adulto, ele respondia: escritor ou jogador. Para ser escritor, preparava-se lendo livros de aventuras. Para ser jogador, corria atrás da bola nos campinhos do bairro. Por duas vezes, sem dizer nada em casa, foi treinar entre os infantis do Corinthians. Quando chegou em casa levando uma ficha para jogar no time do seu coração,a mãe ficou furiosa, rasgou a ficha e o proibiu de voltar aos treinos. Dali em diante ele seria torcedor, apenas. E, como torcedor, acompanhou pelo rádio a maior tragédia do futebol brasileiro: a derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã. Nesse dia, escolheu-se covardemente um culpado: o goleiro Moacir Barbosa. Perseguido, apontado nas ruas, ele carregou essa cruz até o fim da vida. O episódio, pela sua dimensão humana, marcou profundamente Raul, que, não podendo ser jogador, se encaminhou para o jornalismo e a literatura. Trabalhou portrês décadas no Estadão, jornal do qual se tornou cronista. Escreveu também para a revista Veja. Publicou mais de vinte livros, para adultos e jovens. Este, inspirado na história do goleiro Barbosa, pode ser lido com prazer tanto pelos jovens quanto pelos adultos.