Para se ter uma idÊia precisa da influÃĒncia de Edgar Allan Poe sobre os romances policiais e de mistÊrio que tanto sucesso fariam a partir de meados do sÊculo XIX, basta dizer que, nÃŖo fosse o conto "Assassinatos na rua Morgue" (1841), nÃŖo haveria Sherlock Holmes (Conan Doyle, 1887), Hercule Poirot (Agatha Christie, 1920), Padre Brown (G. K. Chesterton, 1911), Don Isidro Parodi (Bioy Casares e J. L. Borges, 1950) e tantos outros detetives ou investigadores que atÊ hoje encantam milhÃĩes de leitores.
O personagem central deste conto, o francÃĒs Monsieur C. Auguste Dupin, poderia ser Sherlock Holmes e o narrador poderia ser o Dr. Watson. O fascinante personagem de Poe, atravÊs de um sistema prÃŗprio de deduÃ§ÃŖo baseado na sua profunda capacidade de observaÃ§ÃŖo dos fatos, Ê capaz de ler os pensamentos do seu interlocutor e desvendar um dos mais intrincados e misteriosos casos de assassinato jÃĄ enfrentado pela polÃcia francesa: o bÃĄrbaro duplo assassinato de mÃŖe e filha num apartamento na rua Morgue. Meio sÊculo depois, Conan Doyle tomou emprestada a alma de Dupin para criar seu Sherlock. A partir daà o gÃĒnero caiu no gosto do pÃēblico e os grandes personagens se multiplicaram.